quarta-feira, 15 de abril de 2009
a odisséia

Foi o Leo quem começou:

“Mô, vamos buscar as coisas esse final de semana?”

“Uai, vamos! Mas como? Não conseguiu a caminhonete lá em T.Otoni pra trazer?”

“Não. Tô pensando da gente alugar uma aqui, sairmos daqui à noite, daí amanhã cedo botamos as coisas em cima e saímos de lá antes do almoço ainda, umas 9 horas no máximo.”

E assim foi. Simples assim. Na teoria, claro. Na prática, são 450 km daqui a T.Otoni - só a ida. Isso tudo apenas pra começar a verdadeira odisséia que passamos naquele fim de semana do dia 27 a 29 de março.

Alugar o carro foi até fácil. Demorado, mas fácil. Saímos de BH pouco antes das 20hs na sexta-feira, mas apenas saímos. Rodamos 5 km e... paramos. Tudo parado na saída da cidade. No início achamos que fosse apenas mais um congestionamento, que passaria rápido e logo nos livraríamos dele. Até tentamos pegar um atalho num trecho, mas não adiantou. Quando ligamos pra PRF, fomos informados que havia um acidente a uns 20 km dali, e que havia óleo derramado na estrada – ou seja, além de terem que retirar os veículos envolvidos no acidente, ainda teriam que limpar a estrada. Previsão de liberação? 1 hora depois. Ai ai, teria sido muita sorte se tivessem levado só 1 hora mesmo. Levaram 3! Conseguimos seguir viagem só pelas 23hs. E eu com sono, fome e vontade de ir ao banheiro rs.

Chegamos em T.Otoni por volta de 4 da manhã (e por pouco o combustível também não acabava no meio do caminho, já que o Leo tem a terrível mania de não querer abastecer quando entra na reserva. Sempre brigamos por conta disso!), mortos da silva sauro. Como se não bastasse a viagem cansativa, a chave da casa dele tinha ficado presa no carro dele, na garagem do aeroporto (mas essa é uma outra história - mais uma! rs). A essa altura, mal sabíamos que a odisséia não tava nem na metade ainda!

Acordamos no sábado por volta de 9 da manhã. Fui pra casa da mamis e ele foi pra empresa. Já era meio-dia quando ele voltou (isso que nossa previsão pra começar a viagem de volta era às 11 da manhã!); colocamos geladeira, fogão, máquina de lavar, microondas, botijão de gás e alguns poucos utensílios no carro, almoçamos pouco e lá fomos nós, mortos e felizes da vida, pegar estrada de novo. Sabe lá Deus de onde conseguimos bom humor e energia, mas a viagem estava sendo super tranquila! Tínhamos tempo até chegar a BH. Tínhamos que entregar o carro até as 18hs no aeroporto da Pampulha, ou a qualquer momento em Confins (mas até as 19 para não pagar outra diária, claro). Apesar da chuvinha que pegamos a partir de Ipatinga (e que fez o favor de molhar todas as nossas coisas! Ainda bem que estavam embaladas hehe), tudo corria conforme o previsto. Até que...

... faltavam uns 60 km pra chegarmos em BH e eram 17hs, mais ou menos. E o que vimos? Outro mega congestionamento na estrada. Parecia piada; mal acreditamos quando tivemos que parar de novo. Parecia que alguma coisa conspirava contra a gente, aff. Outro acidente, e os bombeiros estavam retirando as vítimas das ferragens. Imagino o horror que deve ter sido, mas não vimos nada. Outra 1 hora inteira parados na estrada. Depois disso, pegamos só tempestade. Já era por volta de 18:30, e a água caía dos céus como poucas vezes vi na vida. Não enxergávamos um palmo adiante do nariz. Comecei a entrar em pânico, mesmo estando a 10 km de BH. Ô sufoco!

Enfim, graças à bondade divina, conseguimos chegar. Aí já estávamos em desespero por causa do horário de entregar o carro. Descarregamos as coisas do carro como deu, com a ajuda do primo do Leo, e largamos a geladeira no hall de entrada do prédio. Voamos para o aeroporto de Confins (que fica a uns 30 km de BH), pra chegarmos lá até pelo menos 20h e pagar pouca multa pelo atraso na entrega do carro. E a chuva torrencial continuava. Nunca vi o Leo correr tanto, nem eu ficar tão apavorada e travada de medo do lado dele. Já viram um carro em altíssima velocidade numa pista molhada? Foi no mínimo apavorante.

Depois de muita demora e muita briga, conseguimos devolver o carro e pagamos pouca multa. Aí foi a hora de pegar o ônibus de conexão do aeroporto para BH, e lá se foi mais 1h de viagem.

E quem disse que acabou por aí? hahaha Quem dera!

Voltamos para o novo ap pra subir com as coisas que tinham ficado no hall, e nossa Dona Geladeira deu um trabalho de cão pra subir. Igor, Leo e eu penamos pra levá-la 3 andares escada acima. 3 pessoas pra fazer um trabalho que precisava de uns 6 chapas! rs

Pra coroar a noite, Dona Geladeira não passava na porta da sala pra cozinha. Aí eu já não tinha nem forças mais pra imaginar o pior, então simplesmente resolvi nem pensar no assunto e deixar todo o resto das preocupações para o dia seguinte.

Nisso, fomos dormir como duas pedras depois de 1h da manhã. E como dormi ;)

Só pra terminar a história, sem muitos detalhes mais, no dia seguinte ainda limpamos todo o novo ap. Tivemos que tirar a porta da geladeira e a porta da cozinha pra danada poder passar. Ah, e depois tivemos que tirar a porta da área de serviço também, porque a Dona Máquina de Lavar achou bonito o que Dona Geladeira fez e também resolveu não passar na porta de lá rs.

Mas enfim, sobrevivemos.

E hoje nossa casinha vai começando a tomar ares de uma casa de verdade...

Ah, não há lugar como o nosso lar! ;)
3 Comentários:
Blogger Katya Franco disse...
Eu tava cansando só de ler...minha bronquite até quis atacar...mas qdo cheguei na parte " só pra terminar a história", gargalhei!!!!

seria trágico se não fosse cômico ou foi o contrário?

bjo

Anonymous beatriz disse...
Lidy do céu!!!!!!!
Cansei só em ler esse relato todo.....Essas "donas" quando resolvem nao passar onde "tem" que passar, parece que o desespero aumenta!
Logo sua casa estará toda arrumadinha, do eito que voces querem.
beijo

Anonymous Val disse...
Lidy
mas valeu a pena, não é?
muitas alegrias no seu novo lar, tens razão não existe nada melhor que o nosso "doce lar"
bjs
Val

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